Distante d'Ele
sou oceano sem água
sem ondas, sem cor...
Sou borboleta sem beleza, sem asas,
sem as cores que a enaltece.
Ou ainda um pássaro
como o beija-flor
sem o néctar das flores
que o seduz e o alimenta.
Sou poeta sem inspiração
para uma frase sequer
movida do coração.
Sou orquestra sem instrumento e maestro.
Distante d'Ele
sou noite escura,
sem a lua brilhante e redonda.
Também não reconheço estação
que uma após a outra,
passa do Inverno ao Verão.
E sem Primavera
verei o triste Outono chegar
e suas folhas secas, caídas,
ressequidas pela luz solar
irá para longe dos céus de anis.
Nunca serei um jardim perfumado
e florido durante estações primaveris.
Distante d'Ele desolada,
não irei à escola faceira.
Serei livro despaginado, destitulado.
Ou uma carteira vazia.
E frase alguma terei
na parede de um quadro escolar
sem nenhuma história a contar.
Distante d'Ele
também não serei poesia,
com versos de amor para rimar.
Serei passarinho sem asas,
que órfão da mãe não aprendeu a voar.
Ou um peixinho desajeitado,
que não sabe nadar.
E assim, d'Ele distante
fico longe de quem me quer bem.
E como ave sem ninho
sofro a espera de um.
Enfim, meu Deus, sem Ti fico a toa.
E sem sequer um canto de fé
meu coração entoa.
Todo meu eu entristece,
sinto-me sem compaixão.
Sem o amor de meu Deus
nada tenho e nada sou.
Como vivente sem coração
minha vida será vacilante.
Eu perco até a razão,
ainda que tenha o mundo inteiro
e meu coração palpitante.
Aut: Sônia Lúcia
NOTA:
A autora todos os direitos.
Imagem do Google para fins ilustrativos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir